Uma das mais sérias razões que leva o julgamento dos homens a ser mais temível que o julgamento de Deus, é porque Deus julga os pensamentos, mas conhece-os; porém os homens não podem conhecer os pensamentos, mas julgam-nos.
Alguém é capaz de contra-argumentar dizendo que os homens julgam os pensamentos pelas obras. Pelas obras, que podem ser vistas, seria possível julgar os pensamentos, que não podem ser vistos, argumentam.
Se isso fosse verdade, não tínhamos motivo nenhum para temer o julgamento dos homens. Porém, o que podemos constatar é que até as pessoas mais sensatas cometem o erro de concluir exatamente o oposto do que a pessoa está pensando, ao julgarem-na por suas obras.
Vejamos isto na Bíblia.
Ana, futura mãe do profeta Samuel, estava orando no templo, derramando diante de Deus suas aflições. E que julgamento fez o sumo sacerdote Eli desta oração?
Julgou que Ana estava embriagada, e que os movimentos que fazia com os lábios para pronunciar as palavras sem ser ouvida, tinham a sua causa no álcool que entrara pela boca, e não no coração angustiado de onde as palavras saíam (1 Sm 1.13).
O general Naamã viajou da Síria à Judéia para que o profeta Eliseu o curasse de lepra. E que julgamento o rei Ezequias fez desta viagem de Naamã após ler a carta do rei da Síria pedindo-lhe a cura do seu general?
Concluiu que Naamã havia sido enviado astutamente por seu rei para que, ao retornar sem a cura que viera buscar, o rei da Síria tivesse um motivo para declarar guerra a Ezequias (2 Rs 5.7).
Buscando desesperadamente a intervenção de alguém que o pudesse livrar das consequências da fúria do rei Assuero, Hamã lançou-se aos pés de Ester, que estava reclinada em um leito na sala do banquete do vinho.
Ao retornar à sala do banquete, que julgamento fez o rei Assuero daquela atitude de Hamã? Concluiu que ele estivesse insinuando-se com propostas indecorosas à rainha (Et 7.7,8).
Eis, portanto, três exemplos de como os homens interpretam as ações, e como julgam erradamente por elas os pensamentos. Ana orava a Deus, e a sua oração foi julgada como embriaguês. Naamã buscava a cura, e sua confiança foi considerada uma provocação. Hamã buscava o perdão, e o seu arrependimento foi julgado como lascívia.
Nem a oração da aflita, nem o esforço do doente, nem a súplica do arrependido estão isentos de sofrer julgamento errado e injusto pelos homens. Ana pedia o remédio de sua esterilidade a Deus, Naamã pedia o remédio de sua enfermidade a Eliseu, Hamã pedia o remédio de sua infelicidade a Ester.
E nem a Ester o fato de ser rainha, nem a Eliseu o fato de ser profeta, nem a Deus o fato de ser a própria misericórdia foram suficientes para que Ana, Naamã e Hamã escapassem do julgamento errado dos homens.
Nem com os reis, nem com os profetas, nem com Deus podemos negociar sem sermos mal interpretados e mal julgados. Tão injusto é o julgamento dos homens ao interpretar intenções; tão atrevido e tão temerário é quando julgam, pelas obras, os pensamentos.
Só o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo tem autorização e poder para julgar o que está no coração, na consciência e no pensamento dos seres humanos (Rm 2.14-16).
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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
जुल्गर.
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